O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a direcionar ameaças ao Brics nesta sexta-feira (18), durante um evento sobre criptomoedas. O republicano afirmou que o grupo de países emergentes – que inclui Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã – busca enfraquecer o dólar e, por isso, não será tolerado por Washington.
“Quando ouvi falar desse grupo dos Brics, basicamente seis países, fiquei muito, muito chateado. E se eles realmente se formarem de forma significativa, isso acabará muito rápido”, declarou Trump, enfatizando que está comprometido em manter a liderança global da moeda norte-americana.
A declaração faz referência às discussões internas do Brics sobre a criação de um sistema de pagamento em moedas locais, alternativa ao dólar nas transações comerciais entre os integrantes. Essa proposta é defendida pelo Brasil, especialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que há anos propõe uma moeda de referência própria para o bloco.
Essa não é a primeira vez que Trump adota um tom de confronto em relação ao Brics. No início do mês, o republicano afirmou que qualquer país pertencente ao grupo seria alvo de uma tarifa de 10% sobre produtos exportados aos EUA, em retaliação à tentativa de reduzir a influência do dólar. “Se eles quiserem jogar esse jogo, tudo bem. Mas eu também sei jogar”, disse na ocasião, prometendo implementar a medida “muito em breve”.
Lula reagiu às ameaças anteriores, classificando como “não responsável e pouco séria” a postura de um presidente norte-americano que, segundo ele, “fica ameaçando o mundo pela internet”.
As tensões refletem o avanço das discussões dentro do Brics para fortalecer mecanismos de cooperação econômica e reduzir a dependência da moeda norte-americana. Especialistas avaliam que o tema deve ganhar força na próxima cúpula do bloco.
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